Movimentos a favor da igualdade de gênero e sua importância

junho 26, 2019 | Shaíze Roth
Movimentos a favor da igualdade de gênero e sua importância
A subjugação das mulheres em todos os setores da sociedade ainda é uma realidade latente. Mesmo com avanços, o movimento feminista ainda luta por igualdade entre os gêneros, buscando a libertação das mulheres dentro de casa, nas ruas, no ambiente de trabalho, em relação à maternidade, ao casamento, entre outros.
Como sociedade, estamos em um momento de efervescência de discussões cada vez mais atuais, que englobam diversas realidades vindas de diferentes mulheres.

Nesse cenário, recortes de raça, antes não tão evidenciados, estão finalmente compondo os debates e sendo entendidos não apenas como importantes, mas essenciais. De acordo com dados da ONG Geledés, no relatório Situação dos Direitos Humanos das Mulheres Negras no Brasil, as mulheres negras eram um total de 53,6% das chefes de família no país em 2013. Ou seja, enquanto outras mulheres desejam ingressar no mercado de trabalho, elas já fazem parte dele há um tempo. Isso tudo para entender que a discussão sobre igualdade vai muito além de salários: passa pela legitimidade e os acessos da mulher dentro de uma sociedade.

Ao redor do mundo, o movimento feminista luta por essas causas, e alguns resultados já são visíveis: desde 2015, foram concluídas as negociações para a adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com o apoio da ONU. O documento é responsável por orientar as políticas nacionais e atividades de cooperação internacionais até 2030 entre os países participantes. Dos 17 objetivos listados, o 5º deles fala justamente sobre igualdade de gênero, propondo “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas” por meio de 9 ações principais. O relatório inclui também perspectivas raciais, de igualdade de gênero, econômicas e culturais.

Em meio a isso, outros movimentos também ganharam força e estão sendo destaque em debates por todo o mundo.

Movimentos feministas pelo mundo

Times Up: luta contra o assédio sexual e a misoginia dentro da indústria cinematográfica. Fundado por celebridades de Hollywood após a exposição de escândalos de assédio cometidos por Harvey Weinstein, famoso produtor de filmes, e denúncias feitas pelo do movimento #MeToo. Além de levantar o debate, o movimento também criou um fundo de defesa legal, reunindo mais de 200 advogados voluntários para auxiliarem vítimas de assédio.

He for She: promovido pela ONU Mulheres, tem como objetivo unir homens e meninos à luta sobre igualdade de gênero, reconhecendo o papel que podem desempenhar dentro da busca pelo fim da desigualdade.

Igualdade salarial: em janeiro de 2018, a Islândia tornou-se o primeiro país a criar uma lei que regulamente a igualdade de salários entre os gêneros. Com a lei, torna-se ilegal que empresas paguem salários maiores para homens que exerçam o mesmo cargo que mulheres. O objetivo do país é eliminar a desigualdade salarial até 2020.

Fim da violência: a União Europeia, junto das Nações Unidas, criaram um movimento focado na eliminação de todas as formas de violência contra mulheres e meninas, chamado Iniciativa Spotlight. Com um investimento inicial de 500 milhões de euros, a ação busca responder à qualquer tipo de violência contra a mulher, com foco na violência doméstica, sexual e de gênero, incluindo o feminicídio, o tráfico de pessoas, a exploração sexual e o trabalho escravo.

Gênero no centro do debate
Por que a igualdade de gênero é tão importante? Basicamente, a luta por direitos iguais para homens e mulheres movimenta e transforma toda a estrutura patriarcal imposta. Com mulheres que são valorizadas da mesma forma que homens, elas conseguem adquirir controle sobre seu desenvolvimento, realizando todo o seu potencial e, enfim, construindo suas vidas de acordo com suas próprias vontades.
Além disso, essa mudança também impacta outros estereótipos negativos, como a obrigação dos homens de prover a família e de não serem emotivos ou explorarem seus sentimentos. Todas essas condições criam seres humanos frustrados, incapazes de se conectarem e se desenvolverem ao máximo, gerando violência e desigualdade.

O empoderamento das mulheres deve estar presente em todos os setores sociais, seja em casa, na rua, nos espaços de lazer ou no ambiente de trabalho, como já explicamos nesse texto. É importante que as mulheres acessem e controlem aspectos de sua saúde, recursos econômicos, papéis de liderança, cargos representativos, espaços de criação de conhecimento, etc. Só assim é possível pensar políticas e programas eficientes capazes de realizar mudanças estruturais significativas na busca pelo fim da desigualdade.

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